Na contramão do mercado, consórcio de veículos cresce

Consórcio de veículos cresce

Seguindo na direção contrária à das vendas de veículos novos no Brasil, o número de participantes de consórcios automotivos aumentou 10,7% de janeiro a maio deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros cinco meses de 2014, foram registrados 5,17 milhões de consorciados, enquanto em 2013 eles somavam 4,67 milhões.
De acordo com o presidente da regional Sudeste da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), João Pedro Andrade Salomão, embora haja, de fato, retração em vários segmentos econômicos, os consórcios oferecem menos burocracia e condições mais favoráveis – como ausência de taxas de juros –, o que atrai os consumidores que dão preferência às compras planejadas.

“Os bancos estão mais criteriosos na aprovação de crédito agora do que antes. No caso do consórcio, temos um grupo que se autofinancia, e não é preciso dar entrada. Esses são fatores que contribuem para o crescimento do serviço no país”, afirma Salomão.

Participação

A participação desse modelo de negócio nas vendas de automóveis (contemplações) também registrou aumento: 26,08% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em Minas Gerais, o avanço foi de 20,6% no mesmo confronto.

Por outro lado, o balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta para uma redução de 2,13% no número de licenciamentos de janeiro a março, sinalizando redução na comercialização de veículos leves no país.

Na avaliação do presidente regional da Abac, a perspectiva é de que o desempenho do setor mantenha o ritmo de crescimento nos próximos meses, tendência que também se aplica a Minas. “O consórcio é uma boa alternativa nesse momento de dúvida que vivemos na economia do país, porque a pessoa pode programar a compra do carro, pagar as prestações e, quando for contemplada, comprá-lo sem sofrer”.

Contraponto

Segundo o coordenador do curso de Administração do Ibmec/MG, Eduardo Coutinho, embora o consórcio não crie endividamento e permita que mesmo os consumidores sem crédito na praça sejam contemplados, é importante lembrar de que existe o comprometimento da renda.

“Consequentemente, as pessoas assumem um compromisso para o futuro. Algumas vezes, elas não veem o que acontece e acabam comprando no impulso, acreditando que seja a maneira mais barata de adquirir um veículo, mas nem sempre essa informação é verdadeira”, diz Coutinho.




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