Carros mais caros devem incentivar setor de consórcio

Carros mais caros devem incentivar setor de consórcio

Abac crê que IPI mais alto, ABS e airbags obrigatórios façam sistema crescer. Em novembro, cotistas de veículos saltam 25%

Brasil EconômicoO aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e as novas exigências de segurança aumentam a atratividade do consórcio. Essa é o entendimento de Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), que ontem divulgou os dados da indústria no último mês de novembro. O segmento de veículos, mais uma vez, foi o destaque, com crescimento de 25,1% no número de participantes, na comparação ano a ano.


“Em 2014, o preço do carro vai subir junto com o IPI e com a obrigatoriedade do freio ABS e de airbag. Isso vai levar o consumidor a se reprogramar. Aquele consumidor que decidir adiar a aquisição tem no consórcio um modelo que se encaixa bem na situação dele”, acredita Rossi. O executivo destaca que o custo menor e o prazo maior do consórcio em relação ao financiamento tradicional serão mais procurados como opção para os consumidores de veículos no novo cenário. “A poupança com propósito específico deve ganhar ainda mais força em 2014”, prevê.

“Associação prevê que o aumento do preço dos veículos pode impulsionar os consórcios, que oferecem preços menores a quem não precisa do ativo imediatamente”

Como o valor das cartas de créditos sorteadas pelos consórcios acompanham a tabela de preços das montadoras, o valor das cotas também será reajustado. “É um movimento natural, explicado em contrato. Quando o IPI caiu, aconteceu o contrário”.

Em novembro do ano passado, o número de participantes em todo o sistema cresceu 10%, totalizando 5,64 milhões. Desse total, 2,29 milhões poupavam para ter um carro. O aumento de 25,1% em relação ao ano anterior foi o maior da indústria. As contemplações de consorciados com cartas de crédito para compra de veículo leves subiram 10,9% em 12 meses, atingindo 359 mil participantes.

Rossi destaca que, mesmo em um ambiente de estabilidade no valor dos veículos leves – entre novembro de 2012 e o mesmo mês do ano passado -, o tícket médio do segmento subiu 4,1% no período, quando atingiu R$ 43,6 mil. “É mais um indicativo da pujança do modelo de consórcios, cada vez melhor entendido pelo consumidor. Como se programam para comprar um carro, e por isso pagam mais barato por ele, querem um bem com patamar superior”, diz Rossi.

No segmento de imóveis, o tícket médio subiu 7,9%, para R$ 113,3 mil. Por outro lado, a venda de novas cotas recuou 1,1% e o de contemplações caiu 4,6%. “Há várias leituras possíveis. Creio que falta clareza ao ambiente econômico, o que pode ter reduzido o número de lances para a retirada das cartas de crédito”, supõe.




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